Wilson Oliveira Aragão, nascido em Piritiba, Bahia, em 25 de abril de 1950. É filho de um pedreiro negro, Diolino Ferreira Aragão com uma professora primária, Alda Oliveira Aragão.
Estudou na Escola Almirante Barroso e no Colégio da CNEC em Piritiba. Tendo como bagagem a formatura em Magistério, viajou para São Paulo, onde ingressou na Faculdade e cursou Pedagogia.
Publicou sua primeira poesia nos anos 60, no jornal Correio do Sertão. Daí em diante não parou de escrever para jornais da Bahia e São Paulo.
Como cantor iniciou na Igreja Presbiteriana do Brasil e no colégio. Cantou em corais em Piritiba e São Paulo. Foi chargista no Diário de Sorocaba – SP. Teve em 1983 sua primeira música gravada pelo saudoso Raul Seixas, hoje gravada por grandes nomes regionais e nacionais. Sempre primou por boas melodias e rigor nas letras. Seu primeiro livro publicado foi Cancioneiro. Gravou três CDs: Capim-Guiné (uma guerra de facão), O filósofo e o jegue, Canção do pescador.
A sua música fala, principalmente, do homem do campo, suas lutas e anseios, seus amores e dissabores.
Tem como Pátria o sertão baiano, inspiração do seu cancioneiro, sempre voltado para a dignidade, humildade e sapiência do sertanejo.
Aragão já faz parte do grande São João e cantorias pelos sertões nordestinos, tornando-se parte da vida poética da Bahia.
Este poeta-cantador faz as suas andanças, sempre irreverente, levando consigo vários "causos" que, sempre bem contados, despertam no povo o sentido alegre da vida após um dia de batalha e é respeitado por todos os cantadores pela grande luta por uma música de qualidade.
Na infância, quando ia à roça, perto do Mira Serra, gostava de ouvir através de um rádio as músicas de Luiz Gonzaga, Nelson Gonçalves, Carlos Nobre e Jackson do Pandeiro, na adolescência sempre foi fascinado por instrumentos musicais: marimba, um instrumento de percussão com lâminas de metal ou madeira percutidas por duas baquetas; piano de garrafa, acionado por baquetas (cada garrafa continha uma porção de água para sons diferentes); guitarra, dentre outros. Na juventude, embalado pela música dos Beatles que influenciava os vários grupos que formava com outros colegas, como por exemplo, “Os Helps” que depois virou “Os Horríveis”, após um longo aprendizado, Aragão acabou descobrindo seus próprios caminhos musicais. Mas a magia inicial continuou servindo de fonte revigorante de inspiração a este criador independente, um doce bárbaro inquieto, de espírito inventivo e indagador, sempre à procura de novos caminhos para sua existência e para sua música.
Filho de uma época conturbada, em que tomar posições extremadas poderia representar um risco muito grande, Aragão nunca hesitou: mergulhou de cabeça no centro do turbilhão dos problemas brasileiros, fazendo com que a preocupação política sempre fosse uma constante na sua vida e na sua obra, por isso sofreu inúmeros desgostos. A sensibilidade do artista foi aguçada por essas ricas experiências pessoais, levando-o a uma rara sintonia com o mundo a seu redor.
Casou-se com Miriam Correia com quem teve três filhos: Pedro Correia Aragão ( TIM ), Wilson Oliveira Aragão Filho ( PITT ) e Ruy Correia Aragão.
Fonte: REIS, Célia Oliveira Aragão Lopes. A linguagem regional e a instrumentalidade políoticas nas canções de Wilson Aragão. Jacobina: 2010. ( Monografia apresentada como TCC do curso de Pós-graduação em Estudos Literários )